Uma miscelânia da Compilaçam de todalas obras de Gil Vicente, centrada na Farsa de Inês Pereira, estreada pelo autor em 1523, no Convento de Cristo em Tomar, recriando o mote “mais quero asno que me leve, que cavalo que me derrube”.
Duas mulheres são
a fazer de Inês Pereira
uma a parte de solteira
e outra a de casada
porque em mudando de estada
logo muda de maneira.
Faz um homem só
de Clérigo, Velho e Escudeiro
que homem namoradeiro
per rezão de seu estado
é sempre o mesmo coitado
presumindo de altaneiro.
Fica o resto perel’i
gramaso o Musico da Beira
a Lianor Vaz alcoviteira
a Mãe que de velha tarda
a Mofina, Mendes e Parda
e é o que se queira.